quarta-feira, 11 de outubro de 2017

INDEPENDÊNCIA DA MADEIRA? SIM


Já chamei a vossa atenção com o título? Então falemos da Catalunha, mas também em parte da Madeira!

Nenhum país merece existir no espaço latino, devíamos ser só um país, pelo menos aqueles territórios que os Romanos dominaram, pois, historicamente, foi assim. Este argumento só por si é idiota, mas é certo que temos algo em comum.

Onésimo Teotónio Almeida, um professor e filósofo açoriano numa universidade americana, afirmou algo com que qualquer um tende a concordar: “Quando fui para a Terceira percebi que era micaelense. Na Madeira, senti-me açoriano. Em Lisboa, vi que era insular. Em Espanha, reconheci-me português. Em Paris, já era ibérico, nos EUA, europeu. Na China, achei-me decididamente ocidental. Se um dia for a Marte, hei-de sentir-me terrestre.”, isto quer dizer que todos nós temos as nossas culturas, até “mini-culturas”, cá por exemplo um funchalense é diferente de um santacruzense e por aí adiante…

Com esta pequena introdução quero dizer que a Catalunha, como é óbvio, possui tantos motivos para ser independente e outros tantos para não o ser. A verdade é que Castela age como se ainda fosse o império do século XVI, mas esse império já lá se foi há muito. Castela não permite que uma região decida o seu futuro, acredito que até a maioria dos catalães votariam contra a independência, logo tudo continuaria assegurado. A questão maior é: mas como minimizar estes prejuízos?

Para começar será ouvir os catalães, ouvir o que desejam para a sua região, não basta dizer “não há motivos históricos”, mas sim ouvir o que eles têm a dizer. A atitude de imperialista nunca resultou, foi isso que Portugal fez com as antigas Colónias, quando não os permitiu terem autonomia. Penso, que este é o momento de Espanha pensar num estado federado, um estado federado alargado em que cada nação-estado no seu interior consiga decidir o seu futuro.

Portugal também deverá olhar para as suas regiões e pensar na regionalização, mas não pensar em mais lugares para dar a políticos, mas sim reduzir a classe política e fazer uma reforma administrativa correta e pensada sem pensar nos lugares e no bairrismo, mas sim na globalidade da região. A Madeira, por exemplo, necessita de seguir o seu caminho e não pode continuar presa a um sistema fiscal amorfo sem que consiga atrair empresas, necessita alargar a Zona Franca, necessita de ter uma nova relação com a UE como as ilhas do canal, precisa de ter maior decisão política, desburocratizar a contratação pública, ter maior capacidades de comunicações, sejam marítimas, aéreas, mas também de telecomunicações.

Na Catalunha, ontem, Carles Puigdemont não pronunciou as palavras proferidas por D. Pedro IV a quando do grito do Ipiranga, “Independência ou morte!”, mas o centralismo terá que ser derrotado, é uma questão de tempo, a solução é Madrid negociar e aceitar transformar Espanha numa Federação, como propõe o PSOE, essa é a solução pacifica. Já a problemática e menos amistosa será a independência, em que poderá acontecer uma guerra civil e que acabará sempre com a independência.

Já nós, se calhar, ainda não temos maturidade suficiente para entender a necessidade de mais autonomia, mas chegará esse dia em que não aceitaremos mais o centralismo, em que deixa de existir uma capital do império!

Artigo publicado no JM-Madeira

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