quarta-feira, 27 de setembro de 2017

VOTAR PELO SEGURO


Em semana de eleições, só poderia falar das eleições, como é óbvio. Eu, sempre que pude, votei. E olhem que há uns anos era mais complexo do que é atualmente o voto antecipado.

Primeiro passo, arranjar copia autenticada do BI, mais cópia da matrícula na Universidade e uns documentos assim engraçados, depois era necessário enviar por carta registada para a câmara municipal da nossa residência, no meio disto tudo já se tinham gastos quase 20 €. Segundo passo, receber em casa os boletins de voto, e, dependente da votação, ligar para a Câmara Municipal da universidade para ir lá votar ou para combinarmos para irem à faculdade e nós podermos votar.

Vamos a mais uma história, esta foi gira, porque liguei para a Câmara Municipal de Almada e combinamos então numa determinada data e hora para a presidente da Câmara Municipal ir à minha faculdade no Monte de Caparica, aí eu ia exercer o meu direito de voto. Lá levei os boletins, os envelopes para exercer o respetivo direito e dever cívico.

Quando lá cheguei, tinham reservado uma sala, era uma sala enorme, tendo em conta que era eu sozinho para votar. Um aparte, fiquei desiludido, pois esperava que fosse a Sra. Presidente Maria Emília Sousa, mas na verdade veio um funcionário da Câmara com uma procuração passada pela Sra. Presidente.

Estavam lá dois funcionários da câmara, um com a procuração e outro a olhar para o amanhã. E eu ali… Dirigi-me ao fundo da sala sento-me, olho novamente para os boletins e faço as cruzes no local correto ou certo. Tenho a certeza que foi sempre o certo para a Madeira. Dobrei o voto em quatro e coloquei-o dentro do envelope para tal, aí dirige-me ao senhor, o outro que olhava para o amanhã tira de um saco um maçarico vermelho e o acede. O meu ar foi esse mesmo que estão a imaginar: vou ser queimado por comunistas? Espera lá… E o procurador da presidente lá informa-me: não tínhamos velas por isso temos que lacrar com o maçarico. Fiquei mais tranquilo, mas o calor que aquele instrumento exerceu foi muito estranho.

Daí a duas semanas ou três semanas lá estaria o meu boletim na minha mesa de voto para ser validado e contar como um voto. Ah… O voto é tão antecipado que nessa altura só se formos bruxos é que sabemos as propostas das candidaturas, ainda bem que sempre fui uma pessoa esclarecida e sempre soube o que era o melhor para a Madeira.

Já das outras vezes, fui à Câmara Municipal de Almada e foi tudo muito mais organizado, havia um dia marcado, todos os deslocados lá iam e votavam. Ah… e era o mesmo senhor que da primeira vez.

Todos os votos contam, mas estes votos valem mais a pena que os outros todos, pois existe episódios e o voto voa. Não acham que está na altura de inovar na votação? Com tanta inovação, com tanto simplex, com tanta modernização nas instituições do Estado. Será que algo tão simples como um voto não pode ser simplificado? É claro que pode haver um hacker a violar uma votação, mas se refletirmos: todos nós confiamos numa caixa ATM ou SIBS com o nosso cartão de multibanco, será que não confiaríamos de um sistema com a mesma segurança que este? E até poderíamos utilizar o nosso cartão do cidadão. Se fosse necessário, até poderia haver reconhecimento facial, da retina ou do que quer que seja, era absolutamente seguro. Antecipar a inovação, é preciso!

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