quarta-feira, 30 de agosto de 2017

FOI UMA HONRA PERDER P’RA SI!


A ironia do destino fez com este fim-de-semana passado assistisse àquele que foi para mim o meu primeiro combate de boxe. Quer dizer, assisti a todos os filmes do Rocky e há imensos combates de boxe, contudo, penso que esses não contam, conforme passo a explicar.

Por ironia do destino, esse combate de boxe era entre um europeu e um americano, a verdade é que um já não era soviético, tal como era o Rocky e o Ivan Drago, neste caso, a luta foi entre o americano Mayweather e o irlandês McGregor. Mayweather, em teoria um reformado pugilista, e McGregor, apesar deste combate de boxe, não é esta a sua modalidade. Para verificarmos a diferença, era o mesmo que disséssemos ao Madjer ou ao Ricardinho para jogar futebol de 11 e conseguir ser melhor que o Ronaldo.

Independentemente disso, eu, como europeu, por ter vivido na Irlanda e por ver no percurso de vida de McGregor uma inspiração, senti que o devia apoiar, isto é, esperar até às 5 e tal da manhã de domingo para ver o combate e fazer um ou outro post no Facebook e Twitter a apoiá-lo.

Mas porque escrevo sobre um combate que, desde o seu início, tem tudo para ter os ingredientes contraditórios de ser desigual e igual? Se de um lado havia um reformado, de outro, um atleta de outra modalidade. Ambos, todavia, aceitaram em lutar naquele ringue com aquelas condições previamente acordadas. Com isto, quero fazer uma analogia com os políticos que, muitas vezes, são candidatos a qualquer lugar, seja no poder local, poder regional ou poder nacional e todos, sem exceção dizem-se preparados, mas, quando chegam ao poder, afirmam: “Ironia do destino, não sabia que isto estava assim…” Ah, pois é… A verdade é que, durante semanas e meses, enquanto candidatos, quiseram mostrar que eram os mais bem preparados, mas, ao chegar ao lugar, caem em KO e são capazes de dizer: “não estava à espera disto, isto está pior, e blá blá…”

Por exemplo, após o combate McGregor não estava contente por ter perdido, mas reconheceu que Mayweather foi melhor e não esperava que ele mudasse de tática várias vezes durante o combate, contudo ele não queria que tivesse sido um KO técnico, mas sim um KO em que caía no chão e consagrava ainda mais Mayweather na sua 50º vitória!

Mas a maior demonstração de fair play, foi o facto de McGregor, posteriormente, ir cumprimentar Mayweather e abraçá-lo e dar os parabéns. Já na conferência de imprensa, de whiskey na mão (sim com “e”, pois deveria ser irlandês, o whiskey) reconhece e dá os parabéns ao seu oponente. Após todas aquelas provocações, durante meses, em que ambos estiveram envolvidos e de todos nós conhecidas e depois de uma luta de 10 rounds, eis que os atletas em prol do desporto e de todos os fãs, cumprimentaram-se! Que na política seja como neste magnifico desporto: glória aos vencedores e honra aos vencidos!

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